segunda-feira, 28 de maio de 2012

O meu Avô e a LUFAPO LUSITÂNIA

O meu avô Francisco Caetano Ferreira, influenciado pelo seu pai, estudou arte na Escola Avelar Brotero, em Coimbra, e foi aprendiz no atelier de canteria e escultura do seu pai Alberto Caetano.
Em 1941 fundou uma fábrica de cerâmica chamada Moderna Industrial Decorativa Limitada, que produzia estatuetas decorativas, de desenho próprio ou importando modelos (de marcas maioritariamente alemãs) para reprodução. Saiu incompatibilizado com os sócios.
Em 1945 morre o seu pai e penso ser por essa altura que ingressa na Fábrica de cerâmica LUFAPO.

Não encontrei nenhuma data de abertura desta fábrica, de Coimbra, mas sei que em 1930 foi comprada pela Companhia da Fábrica Cerâmica Lusitânia, original de Lisboa, com a data de criação de 1890.


Podemos tentar identificar o período anterior a 1930 em que surge a marca simples de LUFAPO Coimbra, que aparece neste azulejo.







Depois da década de 30 surge outro tipo de louça e uma nova marca, a LUSITÂNIA COIMBRA.



Em 1936 a Lusitânia tinha também comprado a Fábrica de Massarelos, do Porto (1763/1936), cujos donos na época eram Chambers&Wall.

Em 1945, a marca CFCL, Companhia da Fábrica Cerâmica Lusitânia, é substituída por LUFAPO LUSITÂNIA PORTUGAL


Serão dessa época e anos posteriores, esta louça, onde surge também esta variante da marca:



 
Pensamos que a partir de 1945 passará a ser usada a marca LUFAPO MASSARELOS


Em 1959/60 o meu avô foi enviado para o Porto, com o intuito de transmitir os seus conhecimentos na Fábrica Lufapo de Massarelos, onde esteve até 1963, ano em que eu nasci. Nessa altura voltou para Coimbra e trabalhou na Lufapo até se reformar.
É por este motivo que temos em casa tantos exemplares desta louça, tanto de Coimbra como de Massarelos. Herdámos dos nossos avós e alguns deles continuam a ser nossos utilitários de cozinha.

12 comentários:

  1. Lembro-me de lá em casa haver umas travessas como estas que aqui estão, mas penso que hoje já não as há. Mas os meus sogros devem ainda ter disso. Hei-de investigar. Não sabia nada sobre a histórias delas. Giro saber.
    jinhos

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  2. Isa, eu também não sabia nada até ter encontrado pessoas que me aguçaram a curiosidade. É um belo exercício, procurar a história destas peças. Temos coisas antigas tão bonitas e nem ligamos nenhuma. Agora viro todos os pratos para ver a marca... e mesmo sem marca também têm a sua história.
    Força, vai à procura e depois diz se descobriste algum tesouro.
    Beijinhos

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  3. Ola Ana,
    Queria agradecer te pela informação neste post. Sou revendedora de antiguidades mais para os anos 70 e 80 e encontrei canecas da Lufapo Lusitania na qual nunca tinha ouvido falar! Agora já sei mais sobre a historia.
    Se tens interesse em peças antigas dá uma vista de olhos na minha loja https://www.etsy.com/shop/ShantiFreeBird?ref=si_shop

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  4. Olá Marta, obrigada por ter deixado este comentário no meu blog.
    Já estive a ver a sua loja, só não percebi se era em Portugal ou no estrangeiro. Gosto muito de antiguidades e se pretende saber mais sobre cerâmica portuguesa basta fazer uma pesquisa na net que encontra muita informação. Boa sorte para o seu negócio.

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  5. Cheguei até aqui porque pesquisei por Fábrica Ceramica Luzitania - Lisboa (sim com Z). Foi a marca que vi inscrita numas peças em argila vermelha a delimitar canteiros, na casa museu Dr. Anastacio Gonçalves, em Lisboa.

    Continue o bom trabalho.

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  6. Bom dia, eu ando a pesquisar quanto poderá valer duas terrinas uma grande e outra mais pequena e duas travessas a combinar com as terrinas, herdei dos meus pais da marca "Lufapo Lusitania Portugal".
    Eu sei que esta pagina já é antiga, mas quem sabe alguém leia isto e esteja interessado/a.
    Moro na zona de Sintra, email: solitario1960.gov@gmail.com
    Tel-916641575

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  7. Boa noite,
    Desculpe o incómodo mas nas minhas pesquisas da história relacionada com a marca LUFAPO de que tenho várias peças em meu poder, e porque habitualmente faço a pesquisa por imagens, chamou-me a atenção um carimbo de um tardoz, com a indicação LUFAPO - AMU... É que tenho aqui uma ou até mais peças, não sei se pratos (penso que sim) que ostentam esse mesmo tardoz, e na altura fiquei um pouco perdida, sem saber muito bem o que quereria aquilo dizer... De facto não sou minimamente conhecedora destas temáticas... mas as reviravoltas da vida, fizeram-me ir aos armários em busca de algo que pudesse transformar no necessário para assegurar a minha sobrevivência... E foi então que, aos poucos, me fui inteirando de aspectos relacionados com a história da cerâmica portuguesa, fábricas, marcas, logos, etc.... e hoje, apesar de continuar pouco conhecedora, estou um pouco mais informada, graças a blogues como este seu, essencialmente!
    Mas a razão deste meu contato tem a ver sobretudo com um azulejo que surge logo no início desta página, e que segundo relata, será do período anterior a 1930 em que surge a marca simples de LUFAPO Coimbra. É que, por coincidência, um amigo que recentemente mudou de residência, tinha na parede da varanda um azulejo, que estava predestinado a ir para o monte do entulho, e que é quase igual ... muito, muito idêntico, àquele cuja foto agora eu aqui vi. No entanto, na parte de trás vê-se que existiu qualquer coisa gravado na massa, mas que não é possível perceber o que era.. inclusive a quadra popular, inscrita na parte da frente, está na maior parte já apagada e não sei se vou conseguir reconstituir o texto... O azulejo só não foi para o lixo porque eu lho pedi...
    Mais uma vez as minhas desculpas pelo incómodo mas de facto achei o seu blog, muito interessante e esta coincidência foi deveras surpreendente!
    Boa noite e os meus cumprimentos.
    Meria

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    1. Bom dia Meria Gaivota. Antes de mais agradeço o seu comentário. Fico muito feliz por haver ainda alguém com interesse pela marca Lufapo Coimbra, que me é tão querida e também por ter várias peças em seu poder. Fez muito bem em recuperar o azulejo.
      Gostava muito de ver o azulejo e as suas peças. Não quer fotografar e mandar-me por email? Se pudesse eu ficava muito agradecida. O endereço é amfcaetano@gmail.com.
      Ana

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  8. Sinto-me umbilicalmente ligado á "Lufapo", porque sendo natural de Coimbra o meu pai foi funcionário da Lufapo até se reformar. Tenho vários azulejos feitos pela fábrica em dois bancos de cimento no jardim em Coimbra uma vez que vivo no Porto.
    Boa noite

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    1. Gostava muito de ver as suas peças. Não quer fotografar e mandar-me por email? Se pudesse eu ficava muito agradecida. O endereço é amfcaetano@gmail.com.
      Ana

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  9. Olá Tenho 2 peças lindíssimas dessa marca

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    1. Gostava muito de ver as suas peças. Não quer fotografar e mandar-me por email? Se pudesse eu ficava muito agradecida. O endereço é amfcaetano@gmail.com.
      Ana

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